Brasil – o sonho polonês de LIBERDADE

Brasil – disse o tradutor – do sol da aurora
É um país marítimo, mas é fluvial a oeste.
Lá está o Amazonas, desaguando no mar,
Defende a passagem seca através da fronteira,
Das montanhas, levando até um mês,
Correndo cegamente, sem ponte ou vau.

– Maria Konopnicka [1] “Senhor Balcer no Brasil” [2]

Provavelmente não existe nenhum país no mundo inteiro que esteja geograficamente mais distante e ao mesmo tempo emocionalmente mais próximo dos poloneses do que o Brasil. Este gigante exótico, muitas vezes maior que a Polônia, sempre teve conosco associações inequivocamente positivas. Se dissermos “Brasil” hoje, imediatamente sentimos o sabor do café, vemos belas mulheres, danças quentes e a sempre apreciada beleza do futebol brasileiro. Porém, houve um tempo em que este país distante era, acima de tudo, a promessa de uma grande aventura para os poloneses. Mais tarde, quando as trevas caíram sobre a Polônia e veio o Cativeiro, o Brasil foi como a Terra Prometida para gerações de emigrantes poloneses, como a chance de uma vida decente, livre da degradação e da repressão sangrenta. Por esta chance toparam navegar quase até ao “fim do mundo”. Dedicamos este estudo à memória deles.
Os primórdios da presença polonesa no Brasil remontam à primeira metade do século XVII. Em 1629, Krzysztof Arciszewski[3] apareceu aqui: um prestigiado artilheiro, engenheiro militar e futuro comandante da artilharia polonesa. Na época, ele servia como capitão da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. Ele fez parte da expedição militar de 7.000 homens enviada pelos holandeses para combater espanhóis e portugueses. Em 16 de fevereiro de 1630, Arciszewski participou do desembarque pernambucano. Mais tarde, invadiu as fortalezas de Olinda e Recife. Também comandou o desembarque na ilha de Itamaracá. Graças à sua competência e coragem, Arciszewski foi rapidamente promovido ao posto de major.

Christoff Artiszewsky General Leútenant in Brasilien. Fonte: Polona
Christoff Artiszewsky General Leútenant in Brasilien. Fonte: Polona

Em 1633 retornou à Holanda, foi promovido a coronel e partiu novamente para o Brasil como substituto de Sigismund von Schkoppe. Na nova expedição, entre outras coisas, comandou a defesa do Forte Oranje, capturou a fortaleza de Arraial e a cidade de Porto Calvo e sitiou Nazaré. Em reconhecimento às suas conquistas, tornou-se vice-governador do Brasil Holandês e temporariamente comandante-em-chefe das forças holandesas nesta área. Em 1637 renunciou e voltou para a Holanda. Um ano depois, apareceu pela terceira vez no Brasil, desta vez como general. As intrigas do governador de Nassau levaram a uma tentativa de destituir Arciszewski. Os Estados Gerais Holandeses se opuseram a isso, mas o próprio Arciszewski, exultante de honra e orgulho, renunciou e finalmente deixou o Brasil. Além das atividades militares e administrativas, Krzysztof Arciszewski documentou a cultura das tribos indígenas locais. Suas notas foram incluídas na obra do cientista holandês Gerard Vossius [4] “De theologia gentili et Physiologia christiana sive de origine et progressu idolatriae”, publicada em 1642 em Amsterdã.
Outros poloneses também vieram para o Brasil junto com Arciszewski. Sua equipe incluía um nobre, um capitão e mais tarde um membro do parlamento polonês, Władysław Konstanty Wituski [5]. O primeiro clérigo polonês no Brasil foi o jesuíta e missionário Pe. Wojciech Męciński [6]. Mais tarde conhecido como Albertus de Polonia, foi também pesquisador e cartógrafo. Durante a viagem de Lisboa a Goa, uma tempestade acidental empurrou o seu navio para a costa brasileira. Aproveitando a escala forçada, Męciński preparou, entre outras coisas, uma descrição e um mapa de Pernambuco.

As terras nos separam, os mares nos separam,
Da nossa terra mãe
Mas estamos unidos por um grande amor,
Com seus roçados encharcados de sangue.

– Hino dos Poloneses Paranaenses –

A primeira metade do século XIX trouxe a maior onda de emigração polonesa. Foi uma época em que a Polônia, como Estado independente, havia praticamente desaparecido do mapa da Europa, dividida entre os seus vizinhos Áustria, Prússia e Rússia [7]. Com exceção do episódio do Ducado de Varsóvia [8] e dos quinze anos do Reino do Congresso unido à Rússia [9], os poloneses eram súditos de “segunda classe” para os monarcas estrangeiros em seu próprio solo. Este processo aumentou gradual e constantemente. A política dos invasores suscitou resistência armada e quase todas as gerações participaram em lutas pelo sonho de uma Polónia renascida. Infelizmente, devido à passividade da Europa, não houve qualquer possibilidade de vitória e cada revolta terminou em tragédias sangrentas. Nesta situação, alguns poloneses procuraram a realização do seu sonho de liberdade no distante e exótico Brasil, fora do alcance dos três inimigos da Polônia. Naquela época, eram frequentemente representantes da elite polonesa: pesquisadores, viajantes, engenheiros, médicos, pessoas da cultura e ativistas sociais. Muitos deles fizeram contribuições notáveis para o desenvolvimento da economia e da ciência brasileiras. Mencionaremos alguns deles.

1. Conde Andrzej Przewodowski (1799-1879) foi engenheiro e geólogo. Em 1839 estabeleceu-se na Bahia, onde conduziu pesquisas geológicas pioneiras e obtendo fama ao projetar e construir a ponte Dom Pedro II sobre o rio Paraguaçu.

2. Florestan Rozwadowski (1805-1879) foi engenheiro e cartógrafo. Inicialmente, serviu no exército austríaco, mas abandonou-o após a eclosão da Revolta de Novembro [10]e juntou-se à luta pela causa nacional. Após a derrota, não abandonou o sonho de independência. Em 1848, “pela nossa e pela vossa liberdade”, lutou ao lado dos húngaros contra a Áustria. Ameaçado pela repressão russa e austríaca, partiu para o Império Otomano, onde teve o primeiro contato com os brasileiros. Persuadido por eles, ingressou no exército brasileiro e por volta de 1851 partiu com os filhos para o Brasil. Fez as primeiras medições topográficas do rio Amazonas e seus afluentes. Também fez os primeiros mapas do interior brasileiro, graças aos quais é chamado de “pai da topografia brasileira”. Também foi o primeiro a desenvolver o conceito de atrair colonos agrícolas da Europa. Em 1863, após a eclosão da revolta armada contra a ocupação russa no Reino da Polônia, Rozwadowski regressou à Polônia com a intenção de se juntar à luta. Não sabemos se ele conseguiu cumprir esse objetivo. Felizmente, conseguiu contornar a repressão russa e voltou ao Brasil. Faleceu em São Paulo, em 1879.

3. Piotr Czerniewicz (1812-1881) foi um médico polonês. Nascido na família de um oficial veterano das Guerras Napoleônicas e crescido em Varsóvia. Formou-se na escola dirigida pela Ordem dos Escolápios e em 1829 iniciou os estudos na Faculdade de Direito da Universidade de Varsóvia. Um ano depois, eclodiu a revolta armada contra o domínio russo no Reino da Polônia. Czerniewicz juntou-se ao exército polonês e participou ativamente dos combates. Após a derrota, ameaçado pela vingança russa, emigrou para a França, tendo lá completado os estudos de medicina e realizado sua prática médica. Em 1840 transferiu-se para o Brasil e estabeleceu-se no Rio de Janeiro. Lá, ele realizou inúmeras atividades para melhorar as más condições de higiene dos grupos populacionais mais pobres e promoveu o conhecimento médico. Nos anos seguintes publicou uma enciclopédia médica e um dicionário de medicina popular e ciências auxiliares, que ganharam grande popularidade e foram relançados várias vezes. Naquela época, os livros de Czernewicz estavam disponíveis em quase todas as farmácias e drogarias, sendo ele considerado “um dos mais destacados médicos brasileiros da segunda metade do século XIX”. Graças às publicações, Piotr Czerniewicz adquiriu muita riqueza. Em reconhecimento aos seus serviços prestados à medicina brasileira, foi condecorado com o título de Comendador da Ordem de Cristo e o Imperador Dom Pedro II concedeu-lhe o título de Comendador da Ordem da Rosa. Em 1855, Piotr Czerniewicz partiu para a França, residindo em Paris, onde morreu em 1881.

O pensamento da engenharia polonesa também contribuiu significativamente para o desenvolvimento do Brasil no século XIX. Num país enorme, a construção de novas vias de comunicação era uma questão estratégica para a circulação de pessoas e o transporte de mercadorias. A construção de linhas ferroviárias teve aqui grande importância. Os engenheiros poloneses Aleksander Brodowski [12], Ludwik Malajski e Bronisław Rymkiewicz [13] participaram da construção da linha férrea do Rio de Janeiro a São Paulo e Santos. Também construíram o porto fluvial de Manaus, de onde era transportado um produto estratégico de exportação brasileiro de então: a borracha. As autoridades de Manaus homenagearam os três com um monumento. No estado de São Paulo, uma das cidades recebeu o nome de Brodowski, em memória de Aleksander Brodowski.

Włodzimierz Mazurkiewicz - e pioneiro da aviação militar polonesa. Fonte: Fundacja Dziedzictwa Rzeczypospolitej
Włodzimierz Mazurkiewicz – e pioneiro da aviação militar polonesa. Fonte: Fundacja Dziedzictwa Rzeczypospolitej

Entre os poloneses que construíram a economia brasileira, vale citar o engenheiro e pioneiro da aviação militar polonesa, Włodzimierz Mazurkiewicz (1875 – 1927). Depois de estudar na Universidade Técnica de Graz e trabalhar no Cáucaso, regressou a Varsóvia no auge dos acontecimentos revolucionários. Envolveu-se imediatamente com a tendência patriótica das atividades políticas e sociais. Rapidamente atraiu a atenção da polícia russa e no verão de 1907 teve que fugir para o Ocidente, a fim de evitar a prisão e a deportação. Em poucos anos passou por 8 países, em 4 continentes. No Brasil, atuou como engenheiro em regulação portuária e construção de canais. Também participou da construção de uma ferrovia no estado do Paraná. Mais tarde, trabalhou nos Estados Unidos. Em 1910 ou 1912 obteve o título de piloto e depois, junto com um grupo de voluntários, foi para a Bulgária. Ele foi o primeiro piloto polonês a ganhar experiência militar em combate, na Turquia.

Com suas roças, com sua dor,
Com sua esperança nunca morta,
No brilho rosa, os entristecidos,
Vida nova se aquece no calor.

– Hino dos Poloneses Paranaenses –

A segunda metade do século XIX observou um rápido aumento na colonização polonesa no Brasil. Foi um momento crítico para a Polônia, dilacerada pelas partições. A sangrenta tragédia da Revolta de Janeiro (1861-63) [14] acabara de ocorrer nas terras incorporadas ao Estado russo. Dezenas de milhares de patriotas poloneses morreram em batalha. Os russos assassinaram cerca de mil em execuções públicas. Cerca de 40 mil foram transportados à força para o interior da Rússia. Milhares perderam as suas propriedades como resultado da repressão russa. Cerca de 10 mil pessoas em risco de pena de morte tiveram de fugir do país. As sanções contra a cultura polonesa intensificaram-se rapidamente. Os poloneses na partição russa foram até privados do direito de usar a sua língua materna em instituições e órgãos públicos e do direito de frequentar escolas polonesas. Os problemas políticos foram complementados pela superpopulação do campo, causando tensões crescentes que não puderam ser resolvidas no país dividido. Na partição prussiana, a germanização oprimiu cada vez mais os poloneses, privando-os da sua dignidade nacional e dificultando a atividade econômica. Na partição austríaca, o regime foi relativamente o mais brando. Os poloneses poderiam beneficiar dos poderes relativamente amplos da autonomia galiciana. Infelizmente, o atraso e a pobreza da parte oriental da região, negligenciados pela administração dos Habsburgos, tornaram-se proverbiais naquela época. Durante gerações, todos os poloneses de todas as áreas particionadas foram forçados a servir nos exércitos dominantes e a lutar em uniformes estrangeiros por causas completamente estranhas. O apogeu desta tragédia foi o massacre fratricida durante a Primeira Guerra Mundial. Foi uma época sombria em que a esperança de que um dia recuperaríamos o nosso próprio país e os nossos direitos parecia desaparecer. Alguns poloneses optaram então pela emigração. O Brasil, distante e exótico, mas livre e com clima favorável à agricultura, era especialmente atraente para os colonos rurais. O primeiro a notar isto foi Sebastian Woś Saporski (Edmund Saporski) [15], a quem hoje reconhecemos como o “pai” da colonização em massa polonesa no Brasil. Ele nasceu em 1844 em Stare Siołkowice, perto de Opole, na Alta Silésia, sendo criado em polonês. Quando chegou a hora do serviço forçado no exército prussiano, ele decidiu se opor e emigrar. Em 1867 desembarcou no Uruguai, mas um ano depois fixou residência no Brasil. Inicialmente trabalhou como professor, mas sendo agrimensor de profissão, logo encontrou emprego em uma equipe de projetos de linhas ferroviárias e telegráficas. Isto lhe proporcionou grande conhecimento da realidade do país e levou ao reconhecimento do Brasil como um bom destino para a emigração polonesa. Logo, junto com o padre Antoni Zieliński, guardião da ainda pequena diáspora polonesa, iniciou atividades para trazer colonos poloneses para o sul do Brasil. Em 1869, Woś e Zieliński obtiveram uma concessão de Dom Pedro II para a campanha de colonização polonesa. Isto revelou-se totalmente consistente com a política do governo brasileiro, que ao mesmo tempo conduzia uma grande campanha para desenvolver áreas anteriormente desabitadas. O primeiro grupo de poloneses da aldeia natal de Woś chegou ao Brasil em 1870. Inicialmente, estabeleceram-se em Santa Catarina. No entanto, ali não existiam boas condições para a agricultura e a proximidade dos colonos alemães revelou-se um problema inesperado. Nessa situação, Woś e Zieliński tentaram deslocar os poloneses para a região de Curitiba, onde o clima era mais ameno e não havia alemães. Foi uma excelente decisão e rapidamente uma rede de assentamentos poloneses foi estabelecida em torno do Paraná. O sucesso desta ação acendeu a “febre brasileira” na Polônia, dividida por partições.

Não haverá nela nem senhor nem aldeão,
Mas um igual dará a mão a um igual,
Porque é o nosso todo-poderoso lema
Igualdade, fraternidade e liberdade.

– Hino dos Poloneses Paranaenses –

Na virada do século XIX para o XX, aproximadamente 100 mil poloneses de todas as partições se estabeleceram no Brasil, vindo em três ondas. Foi principalmente uma emigração rural (mais de 95%), com um pequeno grupo de artesãos e intelectuais e nenhum representante das classes altas. Estas massas camponesas foram impelidas através dos mares e oceanos por um sentimento de injustiça social e nacional. O Brasil prometeu-lhes liberdade e dignidade, mas também mais de 10 vezes mais terras para cada um deles. Navegaram sonhando que nesta “Nova Polónia” não seriam mais subumanos pisoteados por senhores estrangeiros, mas verdadeiros agricultores, vivendo em saciedade no “novo campo”. Pela sua natureza camponesa, foi uma emigração familiar. Para os Estados Unidos homens jovens e fortes geralmente iam primeiro e só depois de algum tempo traziam suas famílias para lá. Para o Brasil, no entanto, comunidades inteiras emigraram, independentemente de sexo e idade. Foi um elemento, por um lado, ligado à cultura, tradição e fé nativas, mas por outro lado, profundamente republicano e com o mais profundo espírito polonês.

Da nossa terra mãe,
as terras nos separam, os mares nos separam,
Mas o espírito polonês permaneceu conosco
Dizendo-nos para avançarmos em direção a objetivos comuns.

– Hino dos Poloneses Paranaenses –

Hino dos Poloneses Paranaenses. Fonte: PBC
Hino dos Poloneses Paranaenses. Fonte: PBC

Graças às excelentes condições, os assentamentos poloneses desenvolveram-se economicamente muito rapidamente. A vida social e cultural também floresceu. Na ausência de quaisquer restrições, tão problemáticas na Polônia dilacerada pelos particionadores, a educação polonesa foi imediatamente criada. Em 1876, a primeira escola polonesa foi fundada em Orleans. Em 1911, os poloneses tiveram sua primeira escola secundária – o Ginásio Nicolau Copérnico em Marechal Malet. As organizações polonesas também estavam a desenvolver-se. Em 1890, foi fundada a Sociedade Polonesa Tadeusz Kościuszko em Curitiba e a Sociedade Polonesa Zgoda no Rio de Janeiro. A imprensa polonesa foi criada. Em 1918, 18 títulos foram publicados. Podemos citar, por exemplo, a “Gazeta Polska w Brazylii” publicada desde 1912 pelos Padres Verbistas. De esquerda, mas também fortemente apoiadores da causa da independência da Polônia, “Niwa”, “Ogniwo” e “Pobudka”. O quinzenal pró legionário “Legionista Polski” publicado pelo padre Cuber, o satírico “Człowiek Leśny” (“O Homem do Mato”) de Witold Żongołłowicz e o “Polak w Brazylii” (“O Polonês no Brasil”) publicado desde 1904 pelo círculo de Kazimierz Warchałowski, apoiando a aliança com a Rússia e seus aliados ocidentais. De acordo com a antiga tradição rural polonesa, eram publicados os calendários, que eram essencialmente almanaques de conhecimentos práticos em diversas áreas da vida. Um exemplo de tal publicação é o “Kalendarz Polski” de Feliks Bernard Zdanowski. Na sua edição “para o ano de 1900” foi publicado o texto do “Hino dos Poloneses Paranaenses”, cujos fragmentos são os subtítulos deste texto. O clero católico polonês fez um excelente trabalho na consolidação da diáspora polonesa. Padres, religiosos e religiosas estiveram desde o início ao lado dos colonos, apoiaram-nos e criaram uma rede de escolas paroquiais, que eram centros da cultura polonesa.

A baioneta não será nosso governante,
Carrascos selvagens não nos esmagarão,
Porque temos força suficiente dentro de nós,
Para evitar que entrem em nossa casa.

– Hino dos Poloneses Paranaenses –

Os poloneses brasileiros nunca foram passivos diante da causa nacional e da ideia do renascimento do Estado polonês. Usaram a sua influência para apoiar a causa polonesa e deve-se admitir que foram eficazes nisto. Já em 1907, na Segunda Conferência Internacional de Paz em Haia, o Brasil anunciou oficialmente o apoio à recuperação da independência da Polônia. Foi um feito ainda mais louvável porque desde o início a comunidade polonesa brasileira tinha a oposição dos alemães brasileiros, numericamente fortes, perfeitamente organizados e econômica e politicamente poderosos. A causa polonesa no Brasil foi muito auxiliada pelas visitas de compatriotas famosos. Um grande momento para a comunidade polonesa no Rio de Janeiro foi, por exemplo, a visita do mundialmente admirado pianista Ignacy Paderewski, que aqui veio em 1911 com uma série de concertos. Desde o início da Primeira Guerra Mundial, as organizações polonesas têm estado activamente envolvidas na ajuda aos seus compatriotas. Apoiaram o Comitê Geral de Socorro às Vítimas de Guerra na Polônia, criado em 1915 em Vevey (Suíça), e a Agência Central Polonesa em Lausanne. Voluntários poloneses do Brasil tentaram ingressar nas formações armadas polonesas. Por diversas razões, apenas alguns conseguiram fazê-lo. Juliusz Bagniewski, Roman Pleszewski e Eugeniusz Radliński juntaram-se às Legiões Polonesas lutando ao lado das Potências Centrais. Wieńczysław Piotrowski, Aleksander Świrski e Władysław Wyrozębski juntaram-se às fileiras da Legião Bajończyk, na França. Em 3 de outubro de 1916, representantes da pequena, mas muito ativa Sociedade Polonesa do Rio de Janeiro, chefiada por seu então presidente Jakub Kosiński, apresentaram um memorando ao assessor jurídico do Governo da República do Brasil solicitando apoio à causa da Independência polonesa. Quando em 4 de junho de 1917, por decreto do Presidente da França, Raymond Poincaré, foi criado o Exército polonês na França, a comunidade polonesa brasileira imediatamente começou a apoiar as atividades. 8 de julho de 1917 o Comitê Nacional Polonês iniciou oficialmente suas operações no Rio de Janeiro. No dia 16 de setembro, o Tenente Abczyński, da Missão Militar Franco-Polonesa, chegou ao Rio para recrutar voluntários para o exército do General Józef Haller. Em Curitiba, foi estabelecido um campo de recrutamento na propriedade de Kazimierz Warchałowski. No final das contas, de acordo com várias estimativas, conseguiram recrutar de 100 a 300 voluntários.

O próximo passo que levantou a questão polonesa no Brasil foi o consentimento das autoridades brasileiras para emitir certificados de nacionalidade polonesa. Em 18 de janeiro de 1918, o Governo do Brasil, apesar dos protestos dos alemães locais, reconheceu o direito da Polônia à independência e a ter seu próprio escritório de representação neste país. O Brasil foi o primeiro país latino-americano a reconhecer a criação da “Polônia unida e independente” em 17 de agosto de 1918. Os dois países estabeleceram oficialmente relações diplomáticas em 1920. O renascimento do Estado polonês foi recebido com grande entusiasmo pela colônia polonesa no Brasil. Os poloneses já não eram exilados “sem bandeira”. A partir de então, eles também tinham o local de origem de seus ancestrais nos mapas mundiais.

Colonos poloneses do estado do Paraná, no Brasil, em viagem (ca. 1920). Fonte: coleções online do NAC
Colonos poloneses do estado do Paraná, no Brasil, em viagem (ca. 1920). Fonte: coleções online do NAC

O fim da Primeira Guerra Mundial limitou severamente a onda de colonização polonesa. As razões para esta desaceleração eram complexas. Em novembro de 1918, após mais de 100 anos de cativeiro, a Polônia conseguiu o que muitos pensavam ser absolutamente impossível: regressar à vida como um Estado soberano. No entanto, era um país terrivelmente sofrido pela guerra. Regiões inteiras estavam severamente danificadas e saqueadas pelos ocupantes. No início da independência, milhões de poloneses corriam o risco de morrer de fome. Havia inimigos em praticamente todas as fronteiras, querendo suprimir a todo custo a renascida Polônia. O Estado teve de ser construído a partir de três partes diferentes, três sistemas jurídicos e três graus completamente diferentes de desenvolvimento civilizacional. Apenas a linguagem e a consciência da herança histórica eram comuns. Os poloneses de todas as divisões também estavam unidos pela ESPERANÇA de que aquilo com que as gerações que viviam em cativeiro sonhavam finalmente estava acontecendo. Entre os poloneses no Brasil, foi um momento de igualmente grande esperança no fim do exílio e no retorno à sua terra natal. Naquela época, havia uma expectativa comum de que “o governo polonês enviaria os seus navios para nós e nós iríamos para a Polônia”. Os anos seguintes tornaram estas expectativas mais realistas. O renascimento da Polônia não trouxe uma melhoria imediata na situação econômica das zonas rurais. As perdas de guerra eram grandes demais para serem recuperadas rapidamente. Apesar disso, a colonização polonesa no Brasil enfraqueceu significativamente. Estava também relacionado com a política das autoridades brasileiras que, devido à grande crise económica, limitaram severamente a entrada de imigrantes.

A gentileza brasileira para com a causa polonesa foi notada e apreciada na Polônia. Isto se manifestou, entre outras coisas, nas atividades da Sociedade Brasileiro-Polonesa Rui Barbosa. O seu criador foi o professor Julian Szymański [16] , distinguido pelos dois países. Ele era um refugiado político desde 1905. Ameaçado de represálias por participar na resistência armada contra a ocupação russa [17], teve de fugir para o Ocidente. Inicialmente emigrou para os EUA e lá continuou sua carreira científica como oftalmologista. Em 1916 mudou-se para o Brasil. Lá, foi professor da Universidade do Paraná em Curitiba, organizou uma clínica para tratamento de doenças oculares e publicou o primeiro livro didático de oftalmologia em português. Em 1920, regressou à Polónia e assumiu a cátedra da Universidade de Vilno. Por sua contribuição para o fortalecimento da amizade entre a Polônia e o Brasil, o Prof. Szymański foi premiado com a Ordem do Cruzeiro do Sul pelas autoridades brasileiras, em 1934. No período entre guerras, o interesse polonês pelo Brasil resultou em um grande número de reportagens, contos, romances e trabalhos científicos mostrando o exotismo, a riqueza da natureza, a economia e a beleza deste grande país, bem como as condições de vida da comunidade polonesa brasileira.

Em 1937, a política das autoridades brasileiras, muito favorável aos poloneses, mudou drasticamente. O presidente Getulio Vargas anunciou então a nacionalização. Todas as escolas onde a língua de ensino não era o português foram encerradas. Em geral, todas as outras línguas foram retiradas do espaço público. Era uma ação dirigida principalmente aos assentamentos alemães e italianos. Infelizmente, nesta ocasião, um golpe com consequências dramáticas caiu também sobre as comunidades polonesas. Foi o fim prático da educação polonesa e um choque dramático para a vida cultural polonesa no Brasil. Desde então, as gerações subsequentes de descendentes de poloneses perderam gradualmente o contato com o país dos seus antepassados.

A imprensa da comunidade polonica brasileira. Fonte: NAC
A imprensa da comunidade polonica brasileira. Fonte: NAC

A eclosão da Segunda Guerra Mundial foi um momento geopolítico muito difícil para as autoridades brasileiras. Por um lado, o Brasil não queria perder vínculos com a Alemanha, que eram muito importantes para a sua economia. Por outro, não queria pôr em perigo os EUA e os seus aliados. Portanto, a política de neutralidade foi oficialmente adotada (anunciada em 4 de setembro de 1939). Contudo, é preciso admitir que a simpatia da sociedade brasileira – com exceção dos alemães locais – estava definitivamente do lado da Polônia. Apesar de sua neutralidade, o Brasil reconheceu o governo polonês em Paris em 5 de outubro de 1939 e enviou-lhe seu representante. Apesar do choque que a queda da Polônia representou para a comunidade polonesa brasileira, uma operação de socorro foi imediatamente lançada. O Comitê de Ajuda às Vítimas de Guerra na Polônia foi criado na missão polonesa no Rio de Janeiro, reunindo representantes da diáspora polonesa e da sociedade brasileira. Esta iniciativa foi realizada sob o patrocínio da Cruz Vermelha Brasileira e Fernando Mello Vianna, então Vice-Presidente do Brasil, tornou-se seu Presidente. Graças ao Comitê, foram criadas a Associação de Voluntários Poloneses da América do Sul e a Casa dos Soldados Poloneses no Rio de Janeiro. Refugiados poloneses apareceram mais uma vez no Brasil. Foi uma onda bem menor e completamente diferente daquela da “febre brasileira”. Era composta por representantes das classes mais altas: a intelectualidade, os militares, a aristocracia, comerciantes ricos e pessoas de cultura. Eles incluíam, entre outros: poetas e escritores como Julian Tuwim, Kazimierz Wierzyński, Jan Lechoń e Michał Choromański, artistas dos palcos poloneses: Jan Kiepura, Irena Eichlerón e Zbigniew Ziembiński, aristocratas: o Duque Roman Sanguszko, o Duque Olgierd Czartoryski, o Conde Czesław Pruszyński e membros das famílias mais nobres: Tarnowski, Krasicki, Radziwiłł e Zamoyski. Eles estavam todos literalmente fugindo da morte. Tanto Alemanha como União Soviética levaram a cabo o extermínio em massa das elites polonesas no país dividido e ocupado. Mais de 100 mil pessoas morreram numa onda de execuções sumárias [18], [19]. Mais uma vez, voluntários prontos para lutar pela Polônia sob bandeiras polonesas avançaram. Cerca de 600 poloneses brasileiros juntaram-se às Forças Armadas Polonesas lutando contra os alemães na Europa Ocidental. Eles estavam, entre outros, entre os “Demônios Negros” na famosa 1ª Divisão Blindada Polonesa do General Stanisław Maczek [20], tornando-se lendários daquela guerra na Batalha de Falaise, libertaram a França, a Bélgica e a Holanda e terminaram a guerra capturando a base principal da frota alemã em Wilhelmshaven. Muitos descendentes de emigrantes poloneses também serviram na Força Expedicionária Brasileira. Eles lutaram na Itália em 1944 e 45 como camaradas de armas do 2º Corpo Polonês do General Władysław Anders [21].

O fim da Segunda Guerra Mundial trouxe novos grupos de refugiados poloneses para o Brasil – de 10 a 20 mil pessoas. Estes incluíam soldados das Forças Armadas Polonesas liberados do serviço, antigos prisioneiros de guerra e trabalhadores forçados. Havia também muitos representantes da intelectualidade polonesa: artistas, médicos, engenheiros e advogados. A sua decisão de permanecer no exílio foi forçada pela situação na Polônia, ocupada pelos soviéticos. Regressando a um país governado por comunistas, arriscariam ser presos e mortos ou deportados para campos de trabalhos forçados soviéticos. Como representantes altamente qualificados da elite, geralmente encontraram rapidamente emprego no Brasil e envolveram-se amplamente na vida econômica e cultural local. Infelizmente, as décadas do pós-guerra trouxeram uma grave estagnação da vida polonesa no Brasil. A comunidade polonesa via a Polônia como um país comunista e devastado pela guerra. Por sua vez, os comunistas não demonstraram interesse nos assuntos da diáspora polonesa no Brasil. Devido às suas raízes independentes, era algo visto pelo menos como suspeito para eles. Esta separação foi interrompida pelo grande choque que veio em 1980. A peregrinação brasileira do Papa João Paulo II (30 de junho a 12 de julho de 1980) e seu encontro com os descendentes de poloneses em Curitiba tiveram um papel importante aqui. Um ano depois, o “Papa Polonês” comemorou o 50º aniversário da construção da estátua do Cristo Redentor de 38 metros no Morro do Corcovado, no Rio de Janeiro. Nesta ocasião, pela terceira vez na história, foi ligada a iluminação instalada neste monumento. A história deste monumento mundialmente famoso também tem um elemento polonês. O seu cocriador foi um escultor francês de origem polonesa, Paul Landowski (1875-1961). Ele era filho de um insurgente de 1863 que escapou da vingança russa para a França. Para os poloneses de todo o mundo, 1980 foi também o início do primeiro comitê do Solidariedade [22]. A Polônia regressou então aos meios de comunicação ocidentais como um exemplo positivo de uma comunidade que luta firmemente contra o comunismo. Foi um avanço que trouxe um grande renascimento e aumento da atividade da comunidade polonesa brasileira. Em 2020, no 40º aniversário da criação do Sindicato Independente e Autônomo Solidariedade, a logomarca do Solidariedade foi exposta na estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.

Depois de 1989, a política do Estado polonês também mudou e regressou à tradição de cooperação com a diáspora. Mais de três décadas se passaram desde essas mudanças e hoje, quando se passaram 150 anos desde a “febre brasileira” polonesa, convidamos nossos leitores, tanto brasileiros quanto poloneses, a uma viagem pela história polonesa com as Canções da Independência.

Elaborado por: Piotr Pacak

 

Comentários:

[1] Maria Konopnicka (1842-1910) – Poetisa e romancista polonesa do período positivista, crítica literária, publicitárioa e tradutora; uma das maiores escritoras da história da literatura polonesa. Artigo no site Culture, Artigo na Wikipedia

[2] „Pan Balcer w Brazylii” – poema épico de Maria Konopnicka, publicado pela primeira vez em 1910. O conteúdo da obra é a história da emigração econômica polonesa no Brasil. A poetisa levou seis anos para coletar informações sobre a comunidade de refugiados poloneses que pretendia descrever. Texto do poema no Wikisource, artigo na Wikipedia

[3] Krzysztof Arciszewski (1592-1656) – general de artilharia dos exércitos holandês e polonês, poeta e escritor. Artigo no Herança Polonesa, Juventude – artigo no Museu de Wilanów, O Primeiro Polonês no Brasil – artigo no Museu de Wilanów, Artigo na Wikipedia

[4] Gerrit Janszoon Vos, conhecido como Gerardus Joannes Vossius (nascido em 1577 em Heidelberg; falecido em 17 de março de 1649 em Amsterdã) – cientista e humanista holandês, professor de história, filosofia, teologia e grego. Autor de inúmeras obras sobre história, retórica, gramática e um dicionário etimológico. Página da Wikipédia

[5] Władysław Konstanty Wituski do brasão de Gozdawa (nascido em 1603 em Żgów, falecido antes de 8 de julho de 1655, provavelmente em Żgów) – nobre polonês, membro do Parlamento e viajante. Página da Wikipédia

[6] Wojciech Męciński (Męczyński), Alberto Polacco, Albertus de Polonia do brasão de Poraj (nascido em 1598 em Osmolice, falecido em 23 de março de 1643 em Nagasaki) – Jesuíta polonês, missionário no Japão, mártir cristão. Artigo no To Historia, Artigo na Wikipedia

[7] Partições da Polônia – período na história da Polônia e da Lituânia nos anos entre 1772 e 1795, quando a Comunidade Polono-Lituana, graças às vizinhas Rússia, Prússia e Áustria, cedeu-lhes parte do seu território como resultado de guerras perdidas ou sob ameaça de uso da força. Artigo no ZPE, Artigo na Wikipedia

[8] Ducado de Varsóvia (1807-1815) – (polonês: Księstwo Warszawskie, francês: Duché de Varsovie, alemão: Herzogtum Warschau) – Estado polonês existente nos anos entre 1807 e 1815, vinculado por união pessoal com o Reino da Saxônia. Formalmente independente, com constituição própria, Câmara Baixa, Senado, governo e exército e um governante soberano, o rei saxão. Artigo na Twoja Historia, página da Wikipedia, transmitido na Rádio Polonesa

[9] Reino da Polônia (“Polônia do Congresso“) – (polonês: Królestwo Polskie, russo: Царство Польское, Tsarstwo Polsköie), o chamado Reino do Congresso – estado estabelecido no Congresso de Viena, unido por união pessoal com o Império Russo nos anos entre 1815 e 1832 com base na Constituição do Reino da Polônia (1815). De 1832 a 1917, a união do Reino da Polônia com o Império Russo foi regulamentada pelo Estatuto Orgânico (1832), embora as suas disposições nunca tenham entrado em vigor devido ao “estado de sítio” imposto de 1833 a 1917. Palestra do Prof. Nowak no YouTube, transmitida pela Rádio Polonesa, página da Wikipedia

[10] Revolta de Novembro – Guerra Polono-Russa de 1830 a 1831 – Revolta nacional polonesa contra o Império Russo, que eclodiu na noite de 29 para 30 de novembro de 1830 e terminou em 21 de outubro de 1831. Cobriu o Reino da Polônia e parte dos territórios ocupados (Lituânia, Samogícia e Volínia). Após a queda da revolta, o imperador Nicolau I Romanov declarou: “Não sei se algum dia haverá outra Polônia, mas tenho a certeza de que não haverá mais poloneses“. No Exército Polonês, o Dia do Cadete é comemorado no aniversário da eclosão do levante. Artigo sobre história no Do Rzeczy, artigo na Wikipedia

[11] Dom Pedro II, nascido em 2 de dezembro de 1825 no Rio de Janeiro, falecido em 5 de dezembro de 1891 em Paris) – último imperador do Brasil, ali nascido, o que o torna o único monarca brasileiro “nato”. Artigo do Greelane, Artigo na Wikipedia

[12] Aleksander Brodowski (nascido em 7 de janeiro de 1855 em Zdziechowice perto de Środa Wielkopolska, falecido em 19 de novembro de 1899 na Suíça) – Engenheiro ferroviário polonês, trabalhou no Brasil. Biografia no site do Consulado em São Paulo, Artigo na Wikipédia

 [13] Bronisław Rymkiewicz (nascido em 1849, falecido em 1907) – engenheiro ferroviário polonês. A partir de 1888 viveu no Brasil, onde atuou como engenheiro-chefe da construção da linha férrea do Rio de Janeiro a São Paulo (1898 a 1899) e construtor do porto de navios de grande calado em Manaus, no rio Amazonas (1900 a 1904), de onde era extraída a borracha de florestas próximas. Artigo na Wikipédia

[14] Revolta de Janeiro – Revolta polonesa contra o Império Russo, anunciada no Manifesto de 22 de Janeiro, que foi emitido em Varsóvia pelo Governo Nacional Provisório. Eclodiu em 22 de janeiro de 1863 no Reino da Polônia e em 1º de fevereiro de 1863 na Lituânia, durou até o outono de 1864, cobriu as terras da partição russa, ou seja, o Reino da Polônia e as terras anexadas, ganhando também amplo apoio entre a população lituana e parcial entre os bielorrussos. Palestra do professor Nowak no YouTube, artigo no Museu de História da Polônia, página da Wikipedia.

[15] Edmund Saporski, batizado como Sebastian Woś (nascido em 19 de janeiro de 1844 em Stare Siołkowice, falecido em 6 de dezembro de 1933 em Curitiba) – geômetra polonês, pioneiro da colonização polonesa no Brasil. Artigo sobre o Museu da Comunidade Polonesa, Artigo para a Rádio Polonesa, Artigo na Wikipedia

[16] Julian Juliusz Szymański (nascido em 10 de maio de 1870 em Kielce, falecido em 8 de junho de 1958 em Białystok) – oftalmologista polonês, político, entre 1928 e 1930 Presidente do Senado da Segunda República da Polônia. Página da Wikipédia

[17] A Revolução de 1905 no Reino da Polónia – uma série de manifestações políticas e armadas contra a ocupação russa. Greves e lutas espontâneas continuaram nos centros industriais poloneses e no campo de 1905 a 1907. Artigo na ZPE, Artigo na Wikipedia

[18] Crimes alemães na Polônia durante a Segunda Guerra Mundial – crimes cometidos no território da Polônia ocupado pelo Terceiro Reich nos anos de 1939 a 1945, planeados pelo Partido Nacional Socialista (NSDAP), cometidos por soldados da Wehrmacht, outras formações militares e paramilitares, civis, instituições e órgãos do poder estatal do Terceiro Reich e oficiais, funcionários estatais e organizações que operavam dentro de suas estruturas. Estes crimes, que foram consequência do programa de genocídio alemão, foram classificados como crimes de guerra e crimes contra a paz pelo Tribunal Militar Internacional de Nuremberg em 1946. Estima-se que os alemães assassinaram entre 1,8 a 1,9 milhões de civis não-judeus e aproximadamente 3 milhões de judeus poloneses na Polônia. Artigo na Enciclopédia do Holocausto, Artigo na Wikipedia.

[19] Crimes soviéticos na Polônia – Os soviéticos atacaram a Polônia juntamente com os alemães em 17 de setembro de 1939. Desde as primeiras horas levaram a cabo o extermínio sistemático das elites polonesas nas áreas ocupadas. O apogeu desta ação foi o massacre de Katyn, no qual aproximadamente 22 mil oficiais poloneses foram assassinados. Cerca de 300 mil poloneses foram deportados para campos de trabalhos forçados soviéticos e regiões asiáticas da URSS. O Massacre de Katyn – artigo na Wikipedia, Crimes do Exército Vermelho na Polônia – Instituto de Memória Nacional, Vítimas da repressão soviética – Instituto de Memória Nacional, Poloneses na Sibéria – Instituto de Memória Nacional

[20] 1ª Divisão Blindada Polonesa (inglês: 1st Polish Armoured Division, os “Diabos Negros“) – grande unidade blindada das Forças Armadas Polonesas durante a Segunda Guerra Mundial, em operação de 1942 a 1947. Artigo sobre História, página da Wikipedia

[21] 2º Corpo Polonês (2 KP) – associação tática superior das Forças Armadas Polonesas em 1943 a 1947. Em dezembro de 1943, transportado para a Itália. Como parte do 8º Exército Britânico, participou da campanha italiana. Em maio de 1944, conquistou a Linha Gustav, capturando Monte Cassino, então na Linha Hitler (Piedimonte). Em julho de 1944 libertou Ancona, na costa do Mar Adriático; em agosto e setembro rompeu a linha gótica e em outubro lutou nos Apeninos. Em abril de 1945 participou da Batalha de Bolonha. Após a guerra, permaneceu na Itália como parte das forças de ocupação. Em 1946 foi transportado para a Grã-Bretanha. A maioria dos soldados permaneceu no exílio, juntando-se ao Corpo Polonês de Treinamento e Desdobramento[a]. Em 1947, o corpo foi dissolvido. Transmitido na Rádio Polonesa, artigo na Wikipedia.

[22] Carnaval do Solidariedade – o período coloquialmente denominado de 16 meses entre o fim das greves anticomunistas em agosto de 1980 e a introdução da lei marcial em 13 de dezembro de 1981, caracterizado por, entre outros, relativo afrouxamento das liberdades civis e restrições à censura. A redução da censura permitiu o desenvolvimento da mídia independente. Algumas revistas foram publicadas legalmente, incluindo: “Tygodnik Solidarność” (“Semanário do Solidariedade”) ou “Jedność” (“A Unidade”) em Szczecin. Para quebrar o monopólio estatal, foi criada a Rádio “Solidariedade”, que distribuía sua programação através de fitas cassetes para serem reproduzidas nos locais de trabalho. Os Acordos de Agosto – o início das mudanças e o fim do sistema de Yalta | dzieje.pl – História da Polônia, os Acordos de Agostoartigos na Wikipedia.

Galeria

Hino dos Poloneses Paranaenses. Fonte: PBC
Mapa do Brasil de 1667. Fonte: Polona
Wojciech Męciński. Gravura de 1895. Fonte: Polona
Christoff Artiszewsky General Leútenant in Brasilien. Fonte: Polona
Doutor Piotr Czerniewicz, membro da Academia Imperial de Medicina do Rio de Janeiro). Gravura de 1843. Fonte: Polona
Włodzimierz Mazurkiewicz - e pioneiro da aviação militar polonesa. Fonte: Fundacja Dziedzictwa Rzeczypospolitej
Rapto de crianças polonesas pela Rússia em Varsóvia após a Revolta de novembro de 1831. Fonte: Polona
Revolta de Janeiro - incêndio em mansão perto de Miechów. Pintura de A. Grottger. Fonte: Museu Nacional de Varsóvia - Coleções Digitais
Colonos poloneses do estado do Paraná, no Brasil, em viagem (ca. 1920). Fonte: coleções online do NAC
Uma loja no assentamento polonês de Ervalzinho, no estado do Paraná, Brasil (ca. 1920). Fonte: coleções online do NAC
Colonos poloneses de Cruz Machado, no estado do Paraná, Brasil (1936). Fonte: coleções online do NAC
Escola polonesa dirigida pela Congregação das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo em Rio Claro de Sul, Paraná, Brasil (depois de 1912). Fonte: coleções online do NAC
A imprensa da comunidade polonica brasileira. Fonte: NAC

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