Piechota | Szara Piechota (“Infantaria” | “Infantaria Cinza”) – canção militar associada às tropas polonesas que combateram contra a Rússia, integradas aos quadros do Exército austro-húngaro durante a Primeira Guerra Mundial. A melodia e a letra provavelmente são de autoria de Leon Łuskino e Bolesław Lubicz-Zahorski. Durante o período do Entreguerras, a canção ganhou imensa popularidade na Polônia. A “Infantaria Cinza” do título era uma formação arregimentada de combatentes poloneses que entrou em ação após a eclosão da Primeira Guerra Mundial nas terras polonesas tomadas no século XVIII pela Áustria. Em 1915 já formavam 3 brigadas (cerca de 17 mil homens). Em razão do sobrenome do organizador e comandante da 1ª Brigada, o ativista da independência polonesa Józef Piłsudski, levavam comumente a alcunha de “Legiões de Piłsudski”. Os legionários lutaram, entre outros lugares, nos Cárpatos e na Volínia onde, em junho de 1916, contribuíram significativamente para interromper a ofensiva russa. Em agosto de 1917, depois de se recusar a prestar juramento de fidelidade ao imperador alemão, as 1ª e 3ª Brigadas foram dissolvidas e Józef Piłsudski foi preso. A lendária luta dos legionários tornou-se, mais tarde, um dos fundamentos ideológicos da Polônia renascida.
Infantaria | A Infantaria Cinza
Música: Leon Łuskino (de acordo com alguns historiadores, Bolesław Lubicz-Zahorski)
Letra: Bolesław Lubicz-Zahorski (de acordo com alguns historiadores, Leon Łuskino)
Informações sobre a obra musical
Título: Infantaria | A Infantaria Cinza
Música: Leon Łuskino (de acordo com alguns historiadores, Bolesław Lubicz-Zahorski)
Letra: Bolesław Lubicz-Zahorski (de acordo com alguns historiadores, Leon Łuskino)
Observação histórica
A data exata da composição da canção “A Infantaria Cinza” (ou “Marcha dos Caçadores”) não é conhecida. A maioria dos estudos dá o ano de 1918, embora também possa ser na virada de 1915 para 1916. Os historiadores também têm dúvidas sobre a autoria de música e letra. Alguns dos estudos sobre este assunto apontam como sendo o autor principal o tenente-coronel Leon Łuskino (como aparece, por exemplo, Wacław Panek, em “Hinos Poloneses”. Varsóvia, Wydawnictwa Szkolne i Pedagogiczne , 1997.), que teria composto esta peça para a obra musical “Ó Ulanos, Ulanos”, de Bolesław Lubicz-Zahorski. Outras fontes mencionam Łuskino como autor da música e Lubicz-Zahorski como autor da letra. Originalmente, a canção começava com as palavras “Não usam lapelas, mas a farda deles é cinza”, que se referia à cor e ao corte dos uniformes da infantaria legionária. Esse início foi posteriormente substituído pelas palavras “Não usam lampasses, mas a farda deles é cinza”. “A Infantaria Cinza” foi publicada pela primeira vez em 1929. Também apareceu muitas vezes em cancioneiros da década de ’30. Cinco variantes da letra são conhecidas, a última delas é uma canção de resistência do tempo da Segunda Guerra Mundial. A versão básica trata da descrição da marcha da infantaria legionária, enfatizando o orgulho de seus soldados em lutar pela liberdade da Polônia renascida, bem como sua coragem e o desprezo pela morte. Este texto é frequentemente cantado com um erro: na segunda estrofe, as palavras “E diante deles as hastes saúdam” às vezes são substituídas por “E diante deles as árvores saúdam”. Não devem ser árvores, mas as hastes dos estandartes dos legionários. Também é errado interpretar que os uniformes cinzas versados na canção como “símbolo de modéstia, dedicação e bravura”. Era apenas a cor regulamentar, nada tendo a ver com ideias superiores.
História das Legiões Polonesas
As Legiões Polonesas, para quem esta canção foi escrita, eram formações nos quadros do Exército austro-húngaro. O início de sua história está na criação da Primeira Companhia de Quadro, que Józef Piłsudski formou em Cracóvia em 3 de agosto de 1914, fundindo as unidades da União de Tiro e das Formações Polonesas de Tiro. Oficialmente, as legiões foram criadas em 27 de agosto, quando o comando austríaco emitiu a ordem de convocação da Legião Oriental (em Lwów) e da Legião Ocidental (em Cracóvia). Devido à ocupação de Lwów pelo Exército russo, a Legião Oriental foi dissolvida em setembro. A Legião Ocidental colocou em campo o 1º Regimento de Infantaria, que sob o comando de Józef Piłsudski lutou como retaguarda do Exército austríaco na margem esquerda do Vístula e, posteriormente – durante a contra-ofensiva na virada de outubro e novembro – tomou parte nas batalhas de Laski, Anielin e Krzywopłoty. Formados em setembro de 1914, os 2º e 3º Regimentos foram redistribuídos para as montanhas dos Cárpatos e por lá combateram em outubro, nas cercanias de Mołotków (Molodkiv), Zielona, Rafajłowa e Cârlibaba.
No final de novembro, com o 1º Regimento ameaçado de cerco, as tropas de Józef Piłsudski lutaram com formações do exército russo. Realizando uma manobra incrivelmente arriscada, eles se libertaram do cerco do exército russo e chegaram a Cracóvia (a manobra “Ulina Mała”). Após uma pequena pausa e reposição das baixas, o regimento combateu em Mszana Dolna, Limanowa, Marcinkowice e Nowy Sącz. Em meados de dezembro de 1914, a unidade foi oficialmente elevada para a 1ª Brigada das Legiões Polonesas. O ano de 1914 terminou para os legionários com a participação na Batalha de Łowczówek. Após a trégua de inverno, a 1ª Brigada lutou ao longo do rio Nida e, em seguida, participou da ofensiva de verão, travando batalhas ferozes na região de Santa Cruz. Depois de cruzar o Vístula, transferiu-se para a região de Lublin e, posteriormente, para a Podláquia. Em maio de 1915, as unidades que lutavam anteriormente nos Cárpatos foram combinadas na 2ª Brigada das Legiões Polonesas. Seu comando foi confiado ao general austríaco Ferdinando Küttner. Esta brigada participou das batalhas de Bukowina (a famosa “carga sobre Rokitna”) e de Prut. Em 8 de maio de 1915, a 3ª Brigada das Legiões Polonesas foi formada a partir dos 4º e 6º Regimentos de Infantaria, sob o comando do coronel Wiktor Grzesicki.
Todas as três brigadas arregimentavam cerca de 17 mil homens, entre oficiais e soldados. No outono de 1915 foram transferidos para Volínia, onde participaram das batalhas ao longo do rio Styr. O inverno não trouxe descanso desta vez. As legiões mantiveram suas posições por vários meses, perdendo gradualmente soldados em confrontos constantes. Quando a Ofensiva Brusilov dos russos começou, em junho de 1916, todas as três brigadas, privadas de artilharia e comunicação com o comando superior, tinham apenas um terço de seu efetivo em tempo integral. Apesar disso, entre 4 e 6 de julho os poloneses, lutando contra um inimigo numericamente superior, mantiveram suas posições em Kostiuchnówka, de importância estratégica para toda a frente. Infelizmente, as perdas das brigadas polonesas nesta sangrenta batalha chegaram a quase 40% dos efetivos. Em 20 de setembro de 1916, as Legiões foram reformadas no Corpo Auxiliar Polonês. Após a proclamação do Reino da Polônia (realizada em 5 de novembro de 1916), a Áustria-Hungria entregou o comando do C.A.P. ao governador alemão de Varsóvia, general Hans von Beseler. As tentativas de limitar a autonomia das Legiões levaram, em agosto de 1917, à “crise do juramento”. A maioria dos legionários rejeitou o novo juramento, que continha uma declaração de fidelidade ao imperador alemão. Foi adotado apenas pela 2ª Brigada, do coronel Józef Haller. Manteve-se a única força do Corpo composta por: 2º e 3º Regimentos de Infantaria, 2º Regimento de Cavalaria e 1º Regimento de Artilharia Ligeira. A “crise do juramento” foi, de fato, o fim da história das Legiões Polonesas.
O C.A.P. ainda combateu na Bucovina. Em 16 de fevereiro de 1918, a 2ª Brigada, em protesto contra a conclusão da Paz de Brest, quebrou a frente e mudou-se para o lado russo, perto de Rarańcza, juntando-se ao 2º Corpo Polonês na Rússia. Foi a última ação militar da formação legionária.
Elaborado por: Piotr Pacak
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Infantaria | A Infantaria Cinza
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